OTOPLASTIA (ORELHAS)

OTOPLASTIA (ORELHAS)

As orelhas são consideradas uma das partes mais importantes para se conceituar esteticamente um rosto. Elas devem ser discretas, simétricas, ter contornos suaves e tamanhos proporcionais ao rosto. Basta as orelhas estarem em um ângulo mais aberto em relação à cabeça – ou proeminentes – para atrair toda a atenção… no mal sentido. Ou, então, se uma delas tiver o lóbulo fendido (rasgado ou bífido) em decorrência de um brincos ou alargador, ou na ausência de uma ou ambas, a sensação de que falta harmonia na face fica aparente.

Calcula-se que cerca de 3% da população tenha as chamadas “orelhas de abano”, em menor ou maior grau, e normalmente causa muito desconforto nas crianças, adolescentes e em seus pais devido à aparência delas. Deixar crescer o cabelo ou usar gorro nem sempre passa despercebido e as crianças acabam sendo afetadas pelo bullying.

O QUE É E COMO É FEITA

Fatores congênitos (genéticos), traumas e doenças neoplásicas podem causar deformidades das orelhas. A Otoplastia é a cirurgia plástica que pode corrigir, reconstruir ou substituir uma orelha ou um pavilhão deformado, defeituoso ou ausente. Esse procedimento pode remodelar a cartilagem para criar as dobras perdidas e posicionar a orelha mais perto da cabeça, minimizar as deformidades e dar a forma mais natural e equilibrada possível entre as orelhas e a face.

No planejamento da Otoplastia sempre levamos em conta a simetria da face e, se necessário, operamos ambas as orelhas. Cabe ressaltar que o procedimento não altera a localização dos ouvidos. A cirurgia é feita nas orelhas, na parte externa. A nossa audição acontece internamente, no tímpano. O procedimento não afeta a audição. É uma das cirurgias plásticas mais realizadas no Brasil.

Em relação aos fatores congênitos, a deformidade mais comum é a de posição, a chamada “orelha de abano”, na qual a orelha se projeta lateralmente em ângulo maior que 90º. Essa condição, geralmente, é decorrente do apagamento parcial ou total de uma dobra da antélice (com formato de “Y” localizada entre a concha e a hélice) e do aumento da concha (concavidade maior e mais profunda do ouvido externo) da orelha. Outras deformidades congênitas são a de formato (má-formação da orelha) e tamanho (uma orelha tem tamanho diferente da outra).

Usamos técnicas cirúrgicas para criar ou aumentar o antélice (apenas dentro da borda ou hélice das orelhas) e para reduzir a cartilagem da concha na correção de deformidades de nascença. As incisões são geralmente feitas atrás da orelha. Quando necessárias na parte da frente das orelhas, as incisões são feitas nas suas dobras para escondê-las. Internamente, suturas não removíveis são usadas para criar e fixar a cartilagem recém moldada.

A Otoplastia é a cirurgia plástica que corrige desproporções congênitas e deformações traumáticas nas áreas externas da orelha.

Outra situação em que a Otoplastia é necessária é quando o lóbulo da orelha se rompe. Chamado de “lóbulo bífido ou rasgado”, acontece quando ocorre algum acidente com brincos enganchados na roupa ou quando eles são exageradamente pesados ou mesmo uso de alargadores. Os casos em que não há lesões, mas flacidez dos tecidos, há a possibilidade de fazermos uma correção e devolver a jovialidade das orelhas. Muitas vezes, a restauração dos lóbulos é feita em associação à cirurgia de rejuvenescimento facial ou Ritidoplastia.

Outras casos que podem ser corrigidos por procedimentos cirúrgicos: lóbulos projetados para frente, reconstrução de orelhas após traumas, remoção de queloides (cicatrizes inestéticas), retirada de cisto sebáceo (nódulo benigno composto por sebo) ou lipoma (nódulo benigno formado por células de gordura). Outros tipos de nódulos, como os malignos, podem exigir outras abordagens conforme recomendação do médico responsável.

O mais indicado é anestesia geral para crianças e jovens e anestesia local com sedação para adultos. O procedimento pode durar de 30 minutos a 2 horas, dependendo do problema a ser corrigido.

INDICAÇÃO

Se “orelhas de abano”, salientes, assimétricas, desproporcionais, deformadas ou desfiguradas incomodam você ou seu filho, a Otoplastia pode criar uma forma natural, harmônica, equilibrada e proporcional entre as orelhas e a face. Essa cirurgia plástica pode beneficiar a aparência e a autoestima.

Recomenda-se fazer a cirurgia a partir dos 6 ou 7 anos de idade, quando a cartilagem das orelhas já atingiu praticamente seu tamanho total.

Mas a realização da Otoplastia em jovens e adultos também é muito comum. Sempre incentivo os pais a conversarem com o(a) filho(a) sobre as questões físicas e psicológicas envolvidas no procedimento. Falar sobre a cirurgia, verificar se o(a) filho(a) – criança ou jovem – está disposto(a) a passar pelo processo, sobre a possibilidade de mudança na aparência e se ele(a) querer ser operada mesmo. Vale lembrar que até os 18 anos é necessária autorização formal do responsável para qualquer cirurgia.

PRÉ-OPERATÓRIO

Por gentileza, é muito importante consultar a página MARCOU A CIRURGIA? que tem uma série de questões para conversarmos nas consultas, ajudar nas suas dúvidas e onde você encontra recomendações para o dia do procedimento.

PÓS-OPERATÓRIO

Dependendo de qual técnica cirúrgica foi utilizada, o(a) paciente pode ficar de 6 a 24 horas internado(a). A dor não costuma incomodar muito. É comum aparecerem inchaços e roxos que podem durar de alguns dias a poucas semanas, dependendo de cada pessoa. Nos 2 primeiros dias, a alimentação deve ser à base de alimentos líquidos e pastosos, evitando a mastigação.

Das cirurgias nos lóbulos fendidos ou nódulos até a correção de deformidades congênitas, de 1 a 3 dias já é possível voltar às atividades normais, desde que sem esforço físico. Na maioria dos casos, a recuperação leva de 1 a 2 semanas, tempo que retiramos os pontos de sutura. Liberamos as atividades físicas mais intensas após avaliação. Em caso de esportes de contato, como jiu-jitsu, por exemplo, é preciso aguardar 3 meses, pois há contato intensivo das orelhas.

Quando a cirurgia for no(a) filho(a), os pais são fundamentais no pós-operatório para manter o curativo no tempo certo e evitar traumas. Ele(a) fica com ataduras por volta de 24 a 48 horas após a cirurgia e, depois, usa uma faixa para proteger a orelha durante a noite, no primeiro mês do pós-operatório.

Evitar ao máximo qualquer trauma nas orelhas. Exercícios leves (como caminhada e alongamentos) a partir do 10º dia estão liberadas. As atividades físicas mais intensas e esportes de contato após avaliação. Deve-se evitar a exposição ao sol, vento e friagem por um período de 20 dias. A partir daí, use diariamente protetor solar com o mínimo de 30 FPS (fator de proteção solar) na face e nas orelhas.

No caso de pacientes entre 6 a 15 anos, a Otoplastia pode ser eficaz no combate aos efeitos do bullying durante os anos formativos que podem causar baixa autoestima, déficit no desempenho escolar e diversos problemas psicológicos que podem acompanhá-los até a vida adulta.

Dependendo da cirurgia, deve-se aguardar pelo menos 2 meses para fazer um novo furo para a colocação de brincos, evitando colocar novos brincos sobre a incisão da cirurgia (lóbulo bífido).

O óculos pode ser utilizado após a retirada do capacete cirúrgico. O capacete (para moto, bicicleta etc.) só deve ser utilizado após 15 dias da cirurgia junto à faixa pós-cirúrgica para proteger as orelhas.

Os resultados da Otoplastia são quase imediatos em casos de “orelhas de abano”, visíveis tão logo os curativos são removidos. Resultados de reconstrução mais extensas da orelha podem aparecer ao longo do tempo.

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